Preguiça e covardia são as causas que explicam por que uma grande parte dos seres
humanos, mesmo muito após a natureza tê-los declarado livres da orientação alheia, ainda
permanecem, com gosto, e por toda a vida, na condição de menoridade. É tão confortável ser
menor! Tenho à disposição um livro que entende por mim, um pastor que tem consciência por
mim, um médico que prescreve uma dieta etc.: então não preciso me esforçar. A maioria da
humanidade vê como muito perigoso,além de bastante difícil, o passo a ser dado rumo à
maioridade, uma vez que tutores já tomaram para si de bom grado a sua supervisão. Após
terem previamente embrutecido e cuidadosamente protegido seu gado, para que estas pacatas
criaturas não ousem dar qualquer passo fora dos trilhos nos quais devem andar, os tutores lhes
mostram o perigo que as ameaça caso queiram andar por conta própria. Tal perigo, porém, não
é assim tão grande, pois, após algumas quedas, aprenderiam finalmente a andar; basta,
entretanto, o perigo de um tombo para intimidá-las e aterrorizá-las por completo para que não
façam novas tentativas.
Immanuel Kant, apud Danilo Marcondes. Textos básicos de ética – de Platão a Foucault, 2009. Adaptado.
Já parou para pensar como os dias têm passado rápidos demais? Como temos dificuldade de lembrar todas as ações que fizemos no dia ou semana anterior? Tudo tem perdido significância e importância, nem percebemos o sabor da comida e, como consequência nos entupimos de sódio e de açúcar.
Lembro da minha época de criança, esperava os almoços de domingo, pois sempre tinha surpresa nos pratos salgados ou em doce. Hoje, quase todo mundo foge do trabalho de cozinhar nos fins de semanas, preferindo assim os restaurantes. Isso, de uma forma ou de outra, faz com que a união familiar se torne cada vez mais escassa.
Se está em casa, compramos ou assamos um frango tão maquinalmente como fazemos arroz com feijão, os filhos vão para o quarto, o marido ou a esposa fica na sala ou em outro cômodo. O almoço de domingo que deveria ser especial, de repente, se torna em normal e impessoal.
Cada vez mais nos redemos ao comodismo e mudar é da nossa natureza. Primeiro mudamos de lugar por maior fonte de alimentação, água e proteção. Com a descoberta da culinária, os seres humanos buscaram sabores até então inimagináveis. Ao mesmo tempo, descobrimos planetas, micro-organismos, inconsciente e subconsciente, e tantas outras coisas que a mente humana e o mundo pode oferecer e criar.
Uma rápida pesquisa na internet encontramos milhões de oportunidades de nos arriscarmos e experimentarmos coisas novas. Basta a vontade. Eu nunca havia me arriscado com outro cogumelo, a não ser os champions. Pois bem, resolvi comprar duzentos gramas de shitake para experimentar em algumas receitas.
Shitake na manteiga
- 200 g de cogumelos shitake
- 4 colheres (sopa) de manteiga
- 1 dente de alho
- 2 colheres (sopa) de molho shoyu
- 2 colheres (sopa) de vinho branco
PREPARO
- Corte os talos do shitake
- Corte o chapéu em lâminas com aproximadamente 0,5 cm de espessura
- Amasse o dente de alho e coloque em uma panela com a manteiga
- Deixe dourar um pouco e logo depois adicione o shitake já cortado
- Mexa um pouco e depois tampe
- Deixe em fogo alto por 5 minutos
- Adicione o vinho branco e o shoyu
- Mexa bem durante mais 1 minuto